Renováveis: objectivos para 2020 em risco?
Se o uso de energia renovável se mantiver ao ritmo actual na Europa, os objectivos de 2020 não serão alcançados. É essa uma das conclusões revelada pelo EuroObserv’ER, um organismo que, regularmente, publica relatórios sobre o uso e a dinâmica das energias renováveis.
De acordo com os últimos dados divulgados por aquela entidade, em 2017, a quota de energias renováveis no mix energético na União Europeia situou-se nos 17,5 %, um aumento de apenas 0,5 % relativamente ao ano anterior. Este crescimento fica longe dos objectivos da Directiva 2009/28, que determina que os Estados-Membros devem garantir uma participação de energias renováveis na ordem dos 20 %, no consumo final bruto de energia na Europa em 2020. Ou seja, apesar de se ter verificado um aumento, em percentagem, relativamente a 2016, o ritmo desse aumento é insuficiente para os objectivos das União Europeia (para que os objectivos sejam atingidos, é necessário que o ritmo de crescimento anual seja de 0,8 %).
O aumento de 0,5 % de consumo de energia renovável (que se traduz num aumento de 7,5 Mtep, milhões de toneladas de petróleo equivalentes) deve-se, maioritariamente, a uma maior contribuição da electricidade renovável: a eólica foi a que mais contribuiu, seguida da fotovoltaica e da bioenergia. Os transportes também registaram um aumento no consumo de biocombustíveis, mas a energia sob a forma de calor teve uma menor contribuição.
No geral, houve mesmo um aumento do consumo bruto de energia (renováveis mais convencionais) na União Europeia: 1162,8 Mtep em 2017, mais 1,2 % do que em 2016.
Segundo o EuroObserv’ER, 11 Estados-Membros já atingiram as suas metas para 2020: Suécia, Finlândia, Dinamarca, Croácia, Estónia, Lituânia, Roménia, Bulgária, Itália e República Checa. Portugal, juntamente com Áustria, Letónia e Grécia estão em valores superiores a 90 %. Já os restantes estão abaixo dos valores previstos e houve mesmo países que viram a percentagem de consumo de energias renováveis diminuir em 2017, devido a um aumento do consumo final de energia (por exemplo, Polónia, Eslováquia e Hungria).